A Terra é habitada por milhões de seres (organismos)
A Terra é habitada por muitos milhões de seres: alguns desses seres são chamados de vivos, outros não.
Todos os seres são formados por matéria. O que distingue um ser vivo de um ser bruto ou não-vivo, em primeiro lugar, é a composição química.
Na Antiguidade, os pensadores achavam que os seres vivos eram dotados de uma exclusiva e misteriosa força vital que lhes conferia vida. Hoje não se acredita mais nisso, pois sabe-se que a matéria que forma os organismos vivos, embora peculiar, é constituída por partículas semelhantes às que formam a matéria não viva e está sujeita às mesmas leis que regem o universo não-vivo.
Na matéria viva, porém, certos elementos químicos estão sempre presentes em grande proporção, como o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O) e o nitrogênio (N) que, junto com vários outros elementos, em menores quantidades, formam substâncias muito complexas (chamadas genericamente de substâncias orgânicas), que constituem os seres vivos.
Você é um ser vivo, assim como uma planta e uma bactéria. Já uma pedra não é viva, nem uma cadeira.
Os seres vivos não podem ser definidos por apenas uma característica sendo, portanto, necessário levarmos em conta um conjunto de aspectos que os diferenciam dos demais seres.
Vamos analisar essas características.
Para pensar 1 : Um animal morto é um ser inanimado como uma pedra? Por quê?
- Os seres vivos são formados por células
Uma das primeiras generalizações feitas no estudo dos seres vivos diz que: “todos os seres vivos são constituídos por células”. Este enunciado constitui a chamada Teoria Celular.
A célula é o elemento fundamental que forma o organismo dos seres vivos. Em geral a célula é tão pequena que só pode ser vista ao microscópio. Uma das exceções que se tem, em relação ao tamanho, é um ovo, sua gema constitui uma única célula macroscópica.
A maioria dos seres que conhecemos é formada por grande quantidade de células e, por isso, são chamados de seres pluricelulares. Entretanto, existem seres vivos formados apenas por uma célula: são os chamados unicelulares. As bactérias e os protozoários são unicelulares.
Apesar de ser uma estrutura muito pequena a célula é composta por várias partes como por exemplo:
* Membrana plasmática: É uma película que envolve a célula. Além de protegê-la, essa película permite a troca de substâncias entre célula e o exterior. A membrana plasmática desempenha, assim, uma função importante na nutrição celular.
* Citoplasma: O citoplasma tem o aspecto gelatinoso e é nele que ficam estruturas (organelas) responsáveis por diversas funções vitais da célula.
Como você pode distinguir um ser vivo de um ser inanimado?
Os seres vivos compartilham algumas características em comum.
Organização Celular
Com exceção dos vírus, todos os seres vivos são formados por células. Célula é a menor parte com forma definida que constitui um ser vivo dotada de capacidade de auto-duplicação (pode se dividir sozinha). São as unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos. Podem ser comparadas aos tijolos de uma casa. As células, em geral, possuem tamanho tão pequeno que só podem ser vistas por meio de microscópio. Dentro delas ocorrem inúmeros processo que são fundamentais para manter a vida.
Os seres humanos possuem aproximadamente 100 trilhões de células; um tamanho de célula típico é o de 10 µm (1 µm = 0,000001m); uma massa típica da célula é 1 nanograma (1ng = 0,000000001g). A maior célula conhecida é a gema do ovo de avestruz. Um ovo de avestruz, de tamanho médio, tem 15 cm de comprimento, 12 cm de largura, e peso de 1.4 kg. São os maiores ovos de uma espécie viva (e as maiores células únicas), embora eles sejam na verdade os menores em relação ao tamanho da ave.
Composição química
Está representada por:
*
Substâncias inorgânicas: água e sais minerais.
*
Substâncias orgânicas (possuem o carbono como elemento principal): carboidratos, lipídios, proteínas, ácidos nucléicos e vitaminas.
A composição química aproximada da matéria viva é de 75 a 85% de água; 1% de sais minerais; 1% de carboidratos; 2 a 3% de lipídios; 10 a 15% de proteínas e 1% de ácidos nucléicos.
Os níveis de organização das Células Eucariotas
A maioria dos seres pluricelulares possuem células especializadas para exercer algum tipo de função no organismo, como, por exemplo, captar o oxigênio. Essas células são organizadas em tecidos específicos e algumas vezes em órgãos.
Vejamos o esquema:
A
célula é a menor parte dos seres vivos. As estruturas das células garantem o funcionamento de todo o organismo.
Células pulmonares vista em microscópio e coloridas artificialmente.
O
tecido é formado por conjuntos de um ou mais tipos de células, que podem ter diferentes funções.
Tecido epitelial, mostrandoem roxo o núcleo das células que compõe o tecido, vista em microscópio e coloridas artificialmente.
O
órgão é composto de diferentes tipos de tecido. Entre os órgãos, podemos citar: coração, cérebro, rins e olhos, cada um exercendo papel específico.
Representação do órgão pulmão, formado por tecidos pulmonares.
Um
sistema é formado por vários órgãos que, em conjunto, exercem determinadas "funções", tais como locomoção, respiração e circulação.
Esquema simplificado do sistema respiratório.
Os sistemas funcionam associados para prover vida ao organismo.
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- Os seres vivos possuem capacidade de movimentação
Quando nos referimos à capacidade de movimentação, estamos falando de uma ação voluntária, que um ser vivo faz por si próprio. Os animais se movimentam rápida e ativamente, nadando, correndo ou voando sendo, portanto, mais facilmente identificável. Movimentando-se os animais realizam, com mais facilidade, algumas tarefas básicas, como buscar alimentos, se defender e atacar. Nas plantas a constatação dos movimentos requer uma observação mais cuidadosa pois ocorre mais lentamente. Por exemplo, se girarmos o vaso de uma planta que fica perto da janela, suas folhas se moverão lentamente até ficarem voltadas em direção à fonte de luz. Essa movimentação, no entanto, demorará vários dias.
-
Os seres vivos precisam de alimento
Não se pode conceber a vida sem a presença de energia. Energia é o "combustível" necessário para que o ser vivo possa realizar suas funções vitais.
Os seres vivos obtêm a energia a partir dos alimentos orgânicos principalmente açúcares.
Os organismos que conseguem sintetizar esses açúcares são chamados de autótrofos (do grego auto = por si próprio e trofos = nutrição). É o que acontece com as plantas, que são capazes de sintetizar esses açúcares a partir da água e do gás carbônico através de reações químicas que necessitam de luz, realizando um processo denominado fotossíntese (do grego foto = luz e synthesis = juntar, agrupar).
Por outro lado, há organismos incapazes de produzir seu próprio alimento. Necessitam, então, ingerir vegetais ou outros animais para se alimentarem. Esses organismos são chamados heterótrofos (do grego heteros = outro, diferente e trofos = nutrição) e como exemplo temos os animais.
Tanto os organismos autótrofos quanto os heterótrofos necessitam retirar a energia contida nos açúcares, que são degradados em água e gás carbônico, liberando energia.
O conjunto de reações químicas que acontecem nos seres vivos (quer seja na síntese de substâncias ou na degradação destas para obtenção de energia) recebe o nome de metabolismo.
- Os seres vivos reagem a estímulos
Todos os seres vivos respondem a estímulos que podem ser físicos ou químicos, como pôr exemplo, a mudança de temperatura, de luminosidade, de pressão ou de composição química do ambiente em que vivem.
Alguns poucos vegetais, porém, como a sensitiva (Mimosa pudica), também chamada de dormideira, e certas plantas carnívoras, são capazes de retrair suas folhas em poucos segundos quando tocadas, em uma reação rápida que lembra a de um animal.
Tais plantas produzem reações químicas muito complexas que provocam um movimento de “retração” e “relaxamento” das células, conferindo estes movimentos.
Organismos complexos, como o caso do ser humano, possuem órgãos sensoriais (olhos, ouvidos etc.) altamente especializados em receber os estímulos ambientais. Esses órgãos estão acoplados ao sistema nervoso, que elabora respostas rápidas e adequadas a cada tipo de estímulo.
Os vegetais também respondem a estímulos, embora mais lentamente que os animais. As folhas das plantas crescem em direção à luz; o caule cresce para o alto, em resposta contrária ao estímulo físico da gravidade; as raízes crescem em direção ao centro do planeta, em resposta positiva à força da gravidade. Também é conhecido o caso do girassol, que se movimenta orientado pela direção da incidência de raios luminosos do Sol, e as onze-horas, cujas flores permanecem plenamente abertas apenas perto deste horário.
A capacidade de reagir a estímulos é classificada de acordo com a evolução dos organismos.
No caso dos animais primitivos, dizemos que estes possuem uma irritabilidade simplificada. Esta irritabilidade é a capacidade de reagir, de forma inata e mecânica, a um estímulo. Por exemplo, ao encostar num paramécio ela terá a reação de se afastar para o lado oposto.
Nos animais mais evoluídos, pode-se referir à irritabilidade complexa, através da excitação de um sistema nervoso mais evoluído, que é uma resposta mais elaborada a um estímulo. Como exemplo de maior desenvolvimento, temos o homem, capaz de emitir respostas muito complexas ao meio. Dirigir um automóvel, por exemplo.
No caso dos vegetais estas reações são referidas como tropismos (crescimento do vegetal orientando-se a favor ou contra estímulos ambientais, como a força de gravidade), tactismos (orientação espacial do vegetal em relação à substâncias químicas, como as plantas parasitas infiltrarem raízes em outras plantas para buscar seiva elaborada), nastismos (reação em resposta à organização interna do vegetal, como o exemplo já citado da planta dormideira) e blastismos (reação a estímulos luminosos, como a semente ter fobia ou filia pela luz para germinação).
Para pensar : Baratas que estejam andando a noite, por um cômodo escuro, fogem rapidamente quando a luz é acesa. Qual propriedade dos seres vivos que melhor explica esse comportamento?
- Os seres vivos têm ciclo vital
Todos os seres vivos passam por diversas fases durante a sua existência: nascem, crescem, amadurecem, se reproduzem, envelhecem e morrem.
Essas etapas constituem o ciclo vital. Os seres brutos, sem vida, não possuem ciclo vital. Os seres brutos não crescem, embora às vezes pareça que isso acontece. O aumento nas ondulações das areias do deserto, chamadas dunas, não se trata de crescimento. Na realidade, esse aumento ocorre por causa da deposição da areia transportada pelo vento. Todos os seres vivos têm duração limitada.
- Os seres vivos se reproduzem
Reprodução é a capacidade que os seres vivos têm de gerar outros seres semelhantes a si mesmos. É por meio da reprodução que as espécies se mantêm através dos tempos. É ela que explica porquê, em condições normais, um ser vivo morre, mas a espécie não desaparece. A reprodução pode ser considerada a característica essencial da vida. Entretanto, apesar de sua importância, não é uma função vital, pois o ser vivo pode viver sem que haja a necessidade de se reproduzir.
Reprodução sexuada de sapos com fecundação externa
- Os seres vivos podem adaptar-se
O termo adaptação pode ser empregado em vários sentidos.
Quando desenvolvemos atividades físicas, nossa temperatura aumenta. Um dos mecanismos que o organismo encontra para baixar a temperatura é a transpiração. Esse tipo de ajustamento é chamado homeostase, que constitui um tipo de adaptação.
Escala de evolução do homem
Adaptação também significa a capacidade de um organismo desenvolver, ao longo de milhares de anos, características que permitem melhor ajustamento ao ambiente. Esse processo de mudanças que levam à adaptação recebe o nome de evolução biológica. Os cientistas acreditam que as girafas, por exemplo, descendem de ancestrais que tinham pescoços de comprimentos variáveis. Os indivíduos mais altos tinham mais chance de sobreviver, pois conseguiam alcançar mais facilmente o alimento. Seus filhos herdaram essas características a transmitiram a seus descendentes.
Biologia e ciência
O desenvolvimento da ciência levou a humanidade não apenas a compreender a natureza, mas também a interagir com ela a um nível nunca antes imaginado.
350 a.C. - Aristóteles (pai da biologia) apresenta uma das primeiras classificações dos animais.
170 – Galeno descobre que as artérias transportam sangue e não a como se pensava.
1663 – Robert Hooke observa células de cortiça em um microscópio.
1839 – Scheiden e Schuwann propõem a teoria celular (todo ser vivo é formado por célula).
1858 – Charles Darwin concebe ume teoria de evolução biológica baseada na seleção natural.
1865 – Gregor Mendel descobre as leis básicas da hereditariedade.
1953 – Watson e Crick propõem a estrutura em dupla hélice do DNA.
2003 – O projeto Genoma Humano é completado.